
Imagem: Pinterest
Introdução
A majestosa Igreja da Penha: um ícone de fé, história e cultura no Rio de Janeiro
Em meio ao movimento intenso e à paisagem urbana do subúrbio carioca, destaca-se imponente no alto de um penhasco a famosa Igreja da Penha, um dos mais emblemáticos santuários católicos do Brasil. Localizada no bairro da Penha, zona norte do Rio de Janeiro, essa igreja é muito mais do que um ponto turístico: ela é símbolo de devoção, fé inabalável e resistência cultural.
O Santuário de Nossa Senhora da Penha de França — como é conhecido formalmente — se impõe com seus 382 degraus de pedra que levam os fiéis até o topo do morro, onde se encontra a construção religiosa. Lá do alto, é possível ter uma vista privilegiada da cidade, além de experimentar uma atmosfera de paz e espiritualidade única. Mas por trás de sua beleza arquitetônica e paisagem panorâmica, existe uma história centenária que atravessa o tempo, marcada por milagres, lendas populares, peregrinações e transformações sociais.
A história da Penha é também a história da devoção do povo fluminense e brasileiro à Virgem Maria. Desde a primeira edificação no século XVII, passando por reconstruções, reformas, festas tradicionais e até controvérsias modernas, a Igreja da Penha permanece como um dos maiores testemunhos da religiosidade popular no Brasil. Este artigo mergulha fundo em todos os aspectos que fazem da Penha um ícone nacional: da origem do nome e das histórias milagrosas às manifestações culturais, impacto turístico e importância espiritual.
Prepare-se para conhecer não apenas a trajetória de uma construção sagrada, mas a alma de um povo que encontra sentido e consolo ao subir degrau por degrau rumo ao alto — rumo à fé. Neste post, você encontrará tudo o que precisa saber sobre a Igreja da Penha no Rio de Janeiro, com uma abordagem detalhada, jornalística e atemporal.

Origem do nome “Penha” e a devoção mariana
A origem do nome “Penha” está diretamente ligada tanto à geografia quanto à espiritualidade que envolve a fundação do santuário. A palavra “penha” deriva do latim pinna, que significa pedra, penhasco ou rochedo. Esse termo era comumente utilizado em Portugal e na Espanha para designar locais altos, montanhosos e, especialmente, onde ocorriam manifestações religiosas. No contexto do Rio de Janeiro, a denominação foi atribuída ao morro onde hoje se ergue a Igreja de Nossa Senhora da Penha de França, refletindo a paisagem elevada e rochosa onde a igreja foi construída.
A devoção mariana, por sua vez, é o verdadeiro coração espiritual do local. A Nossa Senhora da Penha de França é uma invocação mariana que tem suas raízes na Europa, mais especificamente na região de Salamanca, na Espanha, onde, segundo a tradição, teria havido uma aparição da Virgem Maria no século XV. A imagem da Virgem sob essa invocação chegou a Portugal e foi amplamente difundida pelos frades franciscanos. Os colonizadores portugueses trouxeram a devoção ao Brasil colonial, onde se enraizou com força, especialmente entre os fiéis das camadas populares.
No Brasil, a devoção a Nossa Senhora da Penha encontrou um solo fértil entre os fiéis católicos, tornando-se uma das mais expressivas do país. A imagem da santa, com o Menino Jesus nos braços e um semblante sereno, representa o amparo da mãe celestial diante das adversidades. A figura da Virgem na Penha também simboliza proteção, especialmente para os marinheiros e viajantes — uma herança da devoção europeia, onde muitos a invocavam antes de grandes travessias ou durante períodos de guerra.
No Rio de Janeiro, o culto à Virgem da Penha começou a ganhar destaque a partir do século XVII, com a construção de uma pequena ermida no alto do morro por Antônio Martins da Silva, um português que teria presenciado um milagre envolvendo a aparição da Virgem durante um momento de perigo. O episódio milagroso deu origem à primeira capela, construída como agradecimento pela graça recebida. A partir desse gesto de fé pessoal, surgiu um dos maiores centros de peregrinação religiosa do país.
Com o passar dos anos, a devoção mariana associada à Penha se fortaleceu, sendo perpetuada por gerações de fiéis que acreditam na intercessão milagrosa da santa. Em muitos lares brasileiros, especialmente no estado do Rio de Janeiro, a imagem de Nossa Senhora da Penha é encontrada em altares domésticos, sendo centro de orações, novenas e promessas.
É importante destacar que a força da devoção mariana na Penha também está ligada à acessibilidade do culto. Diferente de outras devoções aristocráticas ou mais institucionalizadas, a Penha sempre teve um vínculo profundo com o povo simples, com o trabalhador, com a dona de casa, com o católico de fé cotidiana. Esse vínculo direto e caloroso explica a grande popularidade da festa anual, que chega a atrair milhares de pessoas — um verdadeiro mar de fé que inunda o bairro da Penha todos os anos.
Hoje, o nome “Penha” não representa apenas uma formação rochosa ou um bairro do Rio de Janeiro. É símbolo de fé, de história e de resistência cultural. É onde se misturam a geografia e o sagrado, o barroco e o popular, a herança ibérica e a vivência brasileira. A Igreja da Penha é o testemunho vivo de como um nome simples, associado a uma montanha, pode ganhar contornos eternos quando carregado de espiritualidade.
A primeira capela: a fé que nasceu nas alturas do Rio colonial e deu origem a um santuário nacional
A história da Igreja da Penha, no Rio de Janeiro, remonta aos primeiros séculos da colonização portuguesa no Brasil e está entrelaçada com os alicerces espirituais da cidade. A construção da primeira capela no alto do rochedo da Penha, por volta de 1635, é considerada um marco não apenas arquitetônico, mas também de profunda expressão da religiosidade popular no Brasil colonial. A escolha do alto do morro como local sagrado não foi apenas um ato simbólico — ela representa a elevação da fé diante dos desafios e perigos de um território em formação, em meio a disputas, doenças, escravidão e incertezas.
Segundo a tradição oral e relatos históricos preservados ao longo dos séculos, a pequena ermida foi construída por Antônio Martins da Silva, um morador de origem portuguesa que teria sido salvo de um grave perigo por intercessão de Nossa Senhora. O episódio, tido como um milagre, envolveu uma emboscada com índios hostis nas redondezas, e o fiel teria buscado proteção divina. Em agradecimento, Antônio subiu até o topo do penhasco e, em uma demonstração de fé, edificou com recursos próprios um oratório dedicado a Nossa Senhora da Penha de França.
O local escolhido, um enorme bloco de granito no topo de um morro íngreme, exigiu um esforço sobre-humano para a construção. Mas essa dificuldade não impediu que a fé florescesse ali. Pelo contrário: o esforço para subir o morro e chegar até a capela era visto como parte do sacrifício e da devoção, e desde os tempos coloniais se estabeleceu a ideia de que alcançar a Penha era também um gesto de penitência, oração e perseverança.
A pequena capela logo passou a atrair outros moradores da região, fiéis, romeiros e viajantes. Ainda no século XVII, registros eclesiásticos indicam o aumento da circulação de pessoas na área, motivadas por promessas, agradecimentos e pela crença nos milagres atribuídos à intercessão da Virgem da Penha. Com o crescimento da devoção, a capela passou a ser incorporada oficialmente à diocese do Rio de Janeiro, tornando-se ponto de referência para a Igreja Católica na cidade.
É fundamental destacar o contexto em que essa primeira capela surgiu: um Brasil colonial marcado por desigualdades, com uma população formada por indígenas, africanos escravizados, portugueses e mestiços. Nesse cenário, a Igreja era uma das poucas instituições que ofereciam alguma forma de estabilidade e orientação espiritual. Assim, a capela da Penha não era apenas um espaço de oração, mas também de acolhimento e organização comunitária. Ali, batizados, casamentos, missas e procissões começaram a fazer parte do cotidiano dos moradores da então pequena freguesia que viria a se transformar no populoso bairro da Penha.
A ermida do século XVII também pode ser considerada um embrião de um dos maiores centros de peregrinação religiosa do Brasil. Com o passar dos anos, o crescimento da fé em torno do local exigiu reformas e ampliações que viriam a consolidar o santuário. Ainda assim, a imagem simbólica da primeira capela isolada no alto do morro permanece até hoje como o ícone da fé simples, mas inabalável, dos primeiros devotos da Penha.
Além de seu papel religioso, a primeira capela também tinha uma função estratégica: sua localização permitia vigilância do entorno, o que não era raro em tempos coloniais. Muitos templos eram construídos em pontos elevados não apenas por simbolismo espiritual, mas por motivos de defesa. Assim, a Penha pode ser entendida como um local que unia o divino e o prático — um ponto de observação do mundo físico e, ao mesmo tempo, de ligação com o mundo espiritual.
Hoje, ao visitar a imponente Igreja da Penha que domina o horizonte da Zona Norte do Rio, poucos imaginam que tudo começou com uma pequena edificação de pedra, fruto da promessa de um homem comum, envolto nas inseguranças do Brasil colonial, mas movido por uma fé inabalável. Aquela primeira capela permanece na memória e na história como o verdadeiro alicerce da grandiosa devoção que a Penha representa para o povo carioca e brasileiro.

O milagre fundador: a lenda que deu origem ao santuário e consolidou a devoção à Penha no imaginário popular
A origem da devoção à Nossa Senhora da Penha no Rio de Janeiro está profundamente ligada a um episódio lendário, que, embora envolto em traços de religiosidade popular, é aceito como ponto de partida da história do santuário. Essa narrativa, passada de geração em geração desde o século XVII, foi fundamental para consolidar a importância do local como um espaço de fé, milagres e peregrinação.
Segundo a tradição, o português Antônio Martins da Silva, morador da região, foi vítima de uma emboscada enquanto transitava por áreas próximas ao atual bairro da Penha, em um tempo em que o território ainda era pouco povoado e frequentemente alvo de conflitos com indígenas. Antônio, tomado pelo medo e sem ter para onde correr, recorreu a um ato de fé extrema: clamou à Virgem Maria, prometendo erguer uma capela em sua homenagem caso fosse salvo.
O que se seguiu foi considerado um milagre. Os relatos afirmam que os indígenas se dispersaram de forma inexplicável, como se algo invisível os tivesse afastado. Antônio escapou ileso e, fiel à sua promessa, subiu o íngreme rochedo onde hoje se encontra o santuário e, ali, iniciou a construção da primeira capela, por volta de 1635, dedicada a Nossa Senhora da Penha de França — uma invocação mariana de origem espanhola que se espalhou por Portugal e posteriormente chegou ao Brasil com os colonizadores.
Esse episódio milagroso não apenas deu origem ao templo, como também serviu como base para a devoção popular, atraindo ao longo dos séculos milhares de fiéis. O milagre fundador, como passou a ser chamado, é mais do que uma história devocional — ele representa o símbolo da confiança absoluta em Maria diante do perigo e da morte. Assim, a Penha passou a ser reconhecida não apenas como um local de oração, mas como um espaço de refúgio espiritual para os que enfrentam situações de risco, sofrimento e desespero.
É importante notar que o conceito de milagre, nesse contexto, vai além da intervenção sobrenatural. Ele estabelece um vínculo direto entre o indivíduo e o sagrado, reforçando a ideia da promessa cumprida, um elemento muito presente na religiosidade popular brasileira. Desde então, inúmeras outras promessas começaram a ser feitas por fiéis que visitavam o local — e, com o passar do tempo, milhares de ex-votos passaram a ser deixados na igreja como prova de graças alcançadas, desde curas físicas até soluções de problemas pessoais, familiares e espirituais.
Ao mesmo tempo, o milagre fundador fortaleceu o aspecto simbólico do próprio morro da Penha. A subida até o topo representa, para muitos romeiros, a superação de obstáculos da vida — uma metáfora da fé que precisa vencer a dificuldade do caminho, o cansaço da subida e os desafios pessoais. Essa ligação emocional e espiritual com o santuário fez da Penha um ponto essencial no calendário religioso do Brasil, especialmente durante as festividades do mês de outubro.
O caráter lendário da origem do santuário também revela um aspecto importante da construção cultural da fé brasileira. Muitas igrejas importantes do país têm histórias fundadas em milagres, aparições ou promessas — elementos que tornam o catolicismo mais próximo das pessoas, conectando o divino ao cotidiano. No caso da Penha, o milagre do fundador está tão enraizado na história do lugar que, até hoje, durante as celebrações anuais, a cena da promessa de Antônio Martins é relembrada e dramatizada em missas, peças teatrais e narrações orais.
Esse milagre inicial não é apenas o ponto de partida histórico da Igreja da Penha, mas também o marco espiritual que sustenta toda a devoção em torno dela. A história do homem salvo por Maria passou a representar a fé inabalável dos brasileiros que, geração após geração, continuam subindo os 382 degraus em direção ao santuário, carregando não apenas promessas, mas também esperanças, agradecimentos e testemunhos de fé.

A escadaria sagrada: 382 degraus de promessas e fé
Subir os 382 degraus que levam ao topo do Santuário da Penha, no Rio de Janeiro, vai além de um simples esforço físico: trata-se de um ato de fé, penitência e devoção que há séculos marca a religiosidade popular dos brasileiros. Essa escadaria, esculpida diretamente no maciço rochoso do morro da Penha, é um dos elementos mais icônicos e simbólicos do santuário, representando, para os fiéis, o caminho da alma rumo à presença divina.
Desde os primeiros tempos do santuário, ainda no século XVII, a subida até a capela já era considerada desafiadora. Os relatos históricos mencionam que os fiéis, mesmo sem uma escadaria formal, subiam o morro por trilhas e pedras escorregadias, motivados por promessas feitas à Nossa Senhora da Penha. Com o aumento do número de romeiros e a consolidação do santuário como ponto de peregrinação, foi construída a escadaria, facilitando o acesso, mas sem perder o simbolismo do sacrifício.
Cada degrau representa não apenas um passo físico, mas uma etapa espiritual. Muitos devotos sobem descalços, alguns de joelhos, outros em silêncio profundo, enquanto outros rezam ou cantam ladainhas. É comum ver fiéis com terços nas mãos, murmurando orações ou carregando velas, imagens de santos e ex-votos. Para cada um, a subida tem um significado único: pagar uma promessa, agradecer por uma graça alcançada, pedir cura, proteção ou consolo.
Durante a Festa da Penha, que acontece tradicionalmente no mês de outubro, a escadaria se torna ainda mais viva. Milhares de romeiros, vindos de diversas regiões do estado e do país, enfrentam a subida como parte da tradição religiosa. É nesse período que a dimensão coletiva da fé se torna mais visível: famílias inteiras, idosos, jovens, crianças, todos com um só objetivo — chegar até o topo, onde está a imagem da Virgem da Penha, e depositar ali seus pedidos, lágrimas e esperanças.
O trajeto da escadaria também é adornado com capelinhas e estações de oração, que ajudam os fiéis a meditar sobre sua fé e suas intenções. Algumas dessas pequenas construções foram erguidas como agradecimento por milagres atribuídos à intercessão de Nossa Senhora. Outras são paradas estratégicas para descanso e contemplação da paisagem, que se torna cada vez mais ampla à medida que se sobe o morro.
Do ponto de vista arquitetônico, a escadaria é uma verdadeira obra de integração entre fé e natureza. Feita com pedras retiradas do próprio morro, ela segue os contornos da rocha, revelando a harmonia entre o esforço humano e a criação divina. A subida, ainda que exigente, permite vislumbrar não apenas a paisagem urbana ao redor, mas também o interior de cada um, num exercício de introspecção que torna a experiência profundamente espiritual.
A simbologia da subida ao monte é muito presente nas tradições bíblicas: Moisés sobe o Monte Sinai para receber as tábuas da Lei; Jesus sobe ao Monte das Oliveiras para orar antes da Paixão. Na Penha, essa simbologia se traduz nos 382 degraus, como um caminho de preparação, de elevação da alma, de transformação interior. A cada passo, o fiel se aproxima não apenas do topo físico, mas do cume da fé.
Há ainda relatos de que a escadaria serviu, durante o período colonial, como rota de fuga e esconderijo para moradores da região em tempos de conflito. Com o passar do tempo, o lugar foi ganhando reconhecimento histórico e turístico, mas sem jamais perder sua identidade essencial: um lugar de fé popular.
Hoje, em meio às dificuldades do mundo moderno, a escadaria da Penha continua sendo um testemunho vivo da persistência da fé. Ela resiste ao tempo como símbolo de uma religiosidade que não precisa de palavras para ser entendida — basta olhar para os rostos dos que sobem, em silêncio, com os olhos voltados ao céu, e o coração cheio de esperança.

A atual Basílica: do templo colonial à imponência da fé brasileira
A Igreja da Penha, tal como conhecemos hoje, é fruto de uma longa trajetória de transformações que refletem a história religiosa e social do Rio de Janeiro e do Brasil. Desde a modesta capela colonial do século XVII, a construção evoluiu ao longo dos séculos, adquirindo uma imponência arquitetônica que expressa não apenas a fé dos fiéis, mas também o desenvolvimento cultural e urbano da cidade.
Durante o período colonial, a primeira capela foi ampliada e reformada diversas vezes para atender ao crescimento da comunidade de devotos. A elevação do status do local, de uma simples ermida para um santuário reconhecido, exigiu investimentos que vieram tanto da iniciativa privada quanto da Igreja e de autoridades locais. Essa evolução acompanhou o crescimento do bairro da Penha, que passou de área rural para um dos polos populacionais da Zona Norte do Rio.
No século XIX, com a expansão do catolicismo no Brasil e a influência do estilo neoclássico europeu, começaram a surgir projetos para modernizar o templo. Foram acrescentados elementos arquitetônicos que conferiram maior monumentalidade, como torres e vitrais, além de melhorias estruturais para abrigar o número crescente de fiéis. A Penha passou a ser vista não apenas como um ponto religioso, mas também como um patrimônio histórico e cultural da cidade.
No entanto, a grande transformação da Penha aconteceu no século XX, especialmente após o crescimento acelerado do Rio de Janeiro como capital federal. Em resposta ao aumento das peregrinações e à necessidade de um espaço maior, a igreja passou por grandes reformas que deram origem à Basílica, com capacidade para receber milhares de pessoas simultaneamente. A construção preservou características históricas, mas incorporou elementos modernos, buscando harmonizar tradição e funcionalidade.
Hoje, a Basílica da Penha é reconhecida nacionalmente como um dos maiores santuários marianos do Brasil. Seu altar-mor impressiona pela riqueza de detalhes artísticos, com imagens de santos, painéis e ornamentos que traduzem a devoção e o talento dos artesãos locais. O espaço é equipado para receber celebrações de grande porte, como missas campais, eventos culturais e visitas de autoridades religiosas.
Além de sua função espiritual, a Basílica desempenha um papel importante no turismo religioso do Rio de Janeiro. Milhares de visitantes percorrem o local anualmente, atraídos pela combinação única de história, arquitetura e fé popular. A vista panorâmica da cidade que se tem do alto do morro também é um atrativo à parte, tornando a visita uma experiência completa para corpo, mente e espírito.
A conservação da Basílica é um desafio constante, devido à idade da construção e à ação do tempo. Organizações religiosas e comunitárias trabalham juntas para garantir a manutenção do templo, promovendo eventos, campanhas de arrecadação e projetos culturais que envolvem toda a população local.
Por fim, a atual Basílica representa a continuidade da fé e da tradição iniciadas há quase quatro séculos. Ela é símbolo do encontro entre passado e presente, mostrando que, apesar das transformações urbanas e sociais, o santuário da Penha permanece como um farol de espiritualidade, acolhimento e esperança para todas as gerações.
Festas da Penha: tradição, fé e cultura popular
As tradicionais Festas da Penha, realizadas todos os anos no mês de outubro, são um dos maiores eventos religiosos e culturais da cidade do Rio de Janeiro. Milhares de pessoas participam da celebração, que mistura elementos da fé católica com expressões da cultura popular brasileira.
A festa começou ainda no século XVIII e foi crescendo ao longo das décadas, tornando-se parte do calendário oficial da cidade. Atualmente, o evento conta com missas campais, novenas, procissões, apresentações musicais, barracas de comidas típicas e feira de artesanato. É uma grande manifestação de fé, mas também de identidade carioca.
O ponto alto é a procissão luminosa que acontece no último domingo da festa. A imagem de Nossa Senhora é levada em andor, acompanhada por milhares de fiéis, músicos e devotos emocionados. Para muitos, participar da Festa da Penha é mais do que tradição — é renovar sua espiritualidade e pertencer a algo maior do que si mesmo.
A importância espiritual da Penha para o Brasil
A Igreja da Penha não é relevante apenas para os cariocas. Ela representa um polo de fé para fiéis de diversas partes do Brasil — especialmente do Sudeste e Nordeste — que visitam o santuário em busca de milagres, cura, proteção ou simplesmente para agradecer.
A espiritualidade do lugar é intensa, carregada de simbologias. Muitas famílias mantêm tradições de visitar a igreja todos os anos. Há relatos de curas, conversões e experiências transformadoras vividas no alto do morro. As romarias, muitas delas feitas a pé por longas distâncias, reforçam o valor do sacrifício como parte do caminho espiritual.
Além disso, a Penha é local de formação da identidade religiosa do povo brasileiro. Seu legado se mistura com a história do catolicismo no país e ainda hoje serve de referência para evangelização, obras sociais e movimentos leigos.
Curiosidades e lendas sobre a Penha
Como toda construção religiosa com séculos de existência, a Igreja da Penha também é cercada de mistérios, lendas e curiosidades. Uma das mais conhecidas é a da “pedra do milagre”, onde, segundo devotos, a imagem da santa apareceu em um sonho para um homem doente que, ao tocar a pedra, teria sido curado.
Há também relatos de “luzes misteriosas” que surgem no morro durante a noite, interpretadas por muitos como manifestações espirituais. Outros dizem já ter ouvido vozes e sinos tocarem sozinhos, mesmo quando a igreja está vazia.
Essas histórias, embora não tenham comprovação científica, fazem parte da construção simbólica da fé em torno da Penha. Elas alimentam o imaginário coletivo e mantêm viva a mística que envolve o local.

Guia completo para visitar a Igreja da Penha e arredores
Hospedagem próxima à Penha
Para quem pretende passar mais de um dia explorando o Rio de Janeiro e deseja visitar a Igreja da Penha com calma, existem diversas opções de hospedagem próximas ao bairro da Penha e na Zona Norte da cidade. Algumas sugestões são:
- Hotel Atlântico Business Centro
Localizado a cerca de 15 km da Penha, próximo ao centro do Rio. Oferece conforto, café da manhã e fácil acesso a transporte público. - Ibis Rio de Janeiro Nova America
Hotel econômico a aproximadamente 8 km da Penha, ideal para quem busca boa localização e transporte facilitado. - Hostel e Pousada Casarão 974
Opção econômica e acolhedora, localizada no centro da cidade, com acesso rápido à Penha por ônibus ou metrô. - Airbnb e pousadas locais
No bairro da Penha e região próxima, existem diversas opções de aluguel por temporada que oferecem experiências mais autênticas e custo-benefício para famílias ou grupos.
Pontos turísticos próximos à Penha
Além da visita ao santuário, a região da Penha e seus arredores oferecem diversas atrações interessantes para enriquecer sua viagem:
- Parque da Quinta da Boa Vista
Localizado a cerca de 10 km da Penha, o parque abriga o Museu Nacional e áreas verdes para caminhadas e lazer. - Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana
A aproximadamente 18 km, para quem deseja conhecer um pouco da história militar e da arquitetura histórica do Rio. - Praia da Guanabara
Para momentos de contemplação à beira-mar, a Praia da Guanabara fica a cerca de 12 km e oferece uma vista singular da Baía de Guanabara. - Centro Histórico do Rio de Janeiro
Localizado a cerca de 15 km, é uma ótima opção para quem quer conhecer o berço da cidade, com igrejas, museus e prédios históricos. - Basílica de Nossa Senhora da Conceição Aparecida
Outro importante santuário mariano no Rio, localizado a aproximadamente 20 km, para quem deseja ampliar o roteiro religioso.
Dicas para aproveitar a visita à Penha
- Use roupas confortáveis e sapatos adequados para caminhada, especialmente se optar por subir a escadaria.
- Leve protetor solar e água, principalmente em dias quentes.
- Se for visitar durante a festa da Penha (em outubro), prepare-se para grande movimentação de fiéis e organize-se para chegar cedo.
- Aproveite para conhecer as lojinhas de artigos religiosos e as pequenas capelas e grutas do complexo.
- Verifique os horários das missas e eventos especiais no site oficial da Igreja da Penha ou em redes sociais para não perder as celebrações mais importantes.

Conclusão: Penha, um santuário eterno de fé e brasilidade
A Igreja da Penha, no Rio de Janeiro, é mais do que uma construção religiosa. É um símbolo da resistência da fé católica, da devoção popular e da identidade espiritual do povo brasileiro. Seus 382 degraus representam a jornada de quem busca consolo, agradecimento ou milagre. Seu altar acolhe promessas, lágrimas e esperanças de gerações.
A Penha permanece como um farol de espiritualidade em meio ao caos urbano. Seja para rezar, agradecer ou apenas admirar sua beleza, o santuário continua sendo uma ponte entre o céu e a Terra.
Gostou ? Acesse também e leia sobre a linda Matriz de nossa Senhora da conceição em Ipoema.